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27 DE MAIO - DIA DA MATA ATLÂNTICA

26/05/2003

A Mata Atlântica, um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de diversidade biológica do Planeta, é diretamente responsável pela qualidade de vida de milhares de brasileiros e é o mais ameaçado do país.
A Mata Atlântica se espalhava por uma área equivalente a cerca de 15% do território nacional e apesar da riquíssima fauna existente a situação é extremamente grave, pois muitas espécies estão ameaçadas de extinção.
Na Mata Atlântica nascem diversos rios que abastecem as cidades e metrópoles brasileiras, além de milhares de pequenos cursos d´água importantíssimos na agricultura, na pecuária e em todo o processo de urbanização.

História

O início da destruição da Mata Atlântica data da chegada dos portugueses em 1500. Antes mesmo da exploração do ouro e das pedras preciosas, que tanto aguçavam o interesse dos colonizadores, a existência de grandes quantidades de pau-brasil nas costas do “novo mundo”, conforme relatou Américo Vespúcio, integrante da expedição comandada por Gaspar Lemos, em 1501, foi a boa notícia para os portugueses, ansiosos por conhecer em detalhes as fantásticas riquezas que poderiam explorar.

Foram mais de três séculos de extração predatória que ficou conhecida como ”Terra Brasilis”, por ter origem de seu nome diretamente ligada à exploração do pau-brasil. O monopólio da exploração do pau-brasil só terminou em 1859.

A exploração predatória não se limitou ao pau-brasil. Outras madeiras de alto valor para a construção naval, como por exemplo o jacarandá, a peroba entre outras, foram intensamente exploradas. Segundo relatório do séc. XIX não havia mais destas árvores num raio de 60km no entorno de Iguape.

Além da exploração de recursos naturais, houve um significativo comércio exportador de couros e peles originando uma combinação altamente destrutiva para a Mata Atlântica.

A literatura brasileira registra a manifestação de revolta e protesto de diversas personagens diante do processo da destruição. José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha são alguns exemplos de personalidades que, desde o início do século XVIII já alertavam a sociedade para as conseqüências da destruição irracional.

O modelo predatório não foi um privilégio do período colonial, com a independência persistiram as práticas destrutivas. Em 1928, F.C. Hoehne liderou uma expedição que percorreu a região e foram registrados, com detalhes, a beleza da paisagem, a diversidade da flora, a presença humana e a destruição promovida pela exploração madeireira irracional e pela expansão de pastagens e agricultura sem nenhum cuidado com o meio ambiente.

Em meados de 1970 a Mata Atlântica ainda contribuía com 47 % de toda a produção de madeira em tora do país, reduzida para menos da metade em 1988.

Entre os anos de 1990 e 1995 mais de meio milhão de hectares de florestas foi destruído, o que equivale a mais de 714 mil campos de futebol, a uma velocidade de um campo destruído a cada 4 minutos.

Somente no final da década de 80, após quase cinco séculos de destruição, que a Mata Atlântica recebeu o reconhecimento de sua importância ambiental e social na legislação brasileira. A partir da promulgação da Constituição Federal em 1988 a conceituação científica da Mata Atlântica se tornou uma questão legal e ganhou status de “patrimônio nacional”

Hoje milhares de organizações não governamentais, órgãos públicos e grupos de cidadãos espalhados pelo país desenvolvem ações de conservação, recuperação e uso sustentável do bioma.

(Artigo retirado do Dossiê da Mata Atlântica desenvolvido pelo Instituto Socioambiental para o projeto ”Monitoramento Participativo da Mata Atlântica”)

Para saber mais:
Instituto Socioambiental - www.socioambiental.org
Rede de ONG´s Mata Atlântica - www.rma.org.br
Fundação SOS Mata Atlântica - www.sosmatatlantica.org.br

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